Existem dois tipos de despedida: a temporária e a duradoura, cada uma com dois subtipos: falsa e verdadeira. O ruim é perceber qual delas que acontece nas milhares situações da vida. Despedir-se de algo ou alguém é mais que uma simples palavra ou expressão, é um ato de coragem! E de um ser que tem muita certeza do que quer. Talvez que seja por isso que não me despeço muito. [Despedidas sérias, claro.] Uma vez que são poucas coisas que eu tenho certeza. (próximo post). Para mim, despedida (seja ela de qualquer natureza) é saudade. E saudade dói.
A mais simples é a temporária verdadeira – não precisa nem explicar. Mas explicando, é aquele “Tchau” sagaz no final do expediente, da aula, de uma consulta, da conversa. Aquele em que você vai embora imaginando a volta já. São as despedidazinhas [bem inferior mesmo] da rotina. É a menos importante também.
A mais complexa de todas e a que mexe mais com o emocional de qualquer ser normal é a despedida verdadeira duradoura. Como se despedir PARA SEMPRE de alguém? Não existe um curso “Aprenda a se desapegar em cinco aulas”. O tempo faz isso. Esse é o exemplo que acontece com as perdas – as mortes, sendo as inesperadas piores ainda. [Desse assunto eu posso falar pois conheço bem a dor e a angustia de perder alguém. E, no meu caso, a angustia durou meses. Tive o tempo de preparo para encarar a morte do meu tio, uma vez que os médicos haviam o desacreditado e o câncer avançava sem piedade. Mas quem disse que eu consegui? Alem da saudade e do sofrimento, tive que me manter forte. Passar segurança para meus primos, transmitir serenidade enquanto que por dentro eu desmoronei. E desmoronei feio. Engraçado como os fatos te marcam... até hoje não consigo ouvir “Could it be any harder” e ver um guardanapo amarelo sem me lembrar dos cascudos que impiedosamente ele me tascava. Boa lembrança...]. O ato de se despedir é para os equilibrados, na minha opinião. E em relação a perdas, eu não sou nada disso.
A falsa temporária é a mais perigosa. Já percebeu como ás vezes as pessoas simplesmente somem da sua vida? É o pior é quando você acaba se acostumando. Não se lembra mais do rosto, do cheiro, da voz. Aconteceu com um amigo meu. A gente se distanciou. Não teve briga, nem nada. Nossos caminhos simplesmente se separaram. Bruno. Éramos amigos de passar os dias um na casa do outro e hoje em dia não sei nem mais onde ele mora. É chato, sabe?
Mas até hoje a que mais me incomoda é a falsa duradoura. Essa não tem costume que te permita esquecer e/ou entender o passado. Nessa também não me permito falar. Desculpe-me. Pararei por aqui.
Beijos.
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Adoreiiiiiiii
ResponderExcluirmto bom esse texto!!!
Desejo q vc tenha sempre boas inspirações para continuar escrevendo assim!!!
te adoro!!
beijoss