domingo, 25 de abril de 2010

Cativa-me.

Depois de tanto tempo ornamentar e escolher o tecido certo, o laço se desfez.
Não adiantou o verde-brilhante, o azul-céu e o vermelho-amor. Não adiantou escolhê-lo na alvorada, ao pôr-do-sol ou ao luar.
O laço foi dado, mas o nó, não forte o bastante, se desfez e uma ventania veio e o levou. E com ele, a história. Uma pequena história eu cabe numa garrafinha.
A história se foi. Mas a menina ficou. Com passado dela voado, o presente está a deriva, ele está perambulando por ai, sem rumo... esperando um novo laço.

Mas se alguém decidir tentar atar outro nó, um outro laço, tenha consciência e certeza, por favor. E com isso, cativa-me.

Cativa-me, mas não esqueça de apertar o laço. E dar um nó bem dado. Porque se for para soltar, antes cortar o pano do que deixá-lo se desfazer.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

lado B

Viva. Entregue-se. Permita-se.

A vida é curta. Aperte o 'foda-se' de verdade [desde que não fira outras pessoas]. Atreva-se. Não perca tempo duvidando nem pensando demais. FAÇA. Fale mesmo, fale muito, fale logo.

Lembre-se, mas não esqueça do presente.
Reviva, mas não entregue-se às mágoas.
Creia, mas esqueça de seus princípios.
Ame, mas não esqueça de si próprio.

Experimente o desconhecido, grandes surpresas podem vir. Momentos, pessoas, lembranças. Tudo. O mundo é seu. Invente seu jogo.

Universitário: a vida começou... ontem!

E assim, deixo com vocês um texto de Mário Quintana que exprime muito bem essa minha ideia.

Só um lembrete.

'A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê, já passaram-se 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado.
Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho, a casca dourada e inútil das horas.
Desta forma, eu digo: Não deixe de fazer algo que gosta devido à falta de tempo, a única falta que terá, será desse tempo que infelizmente não voltará mais.'

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

lado A

A vida é feita de caminhos. Trajetos que traçamos com nossas escolhas vão deixando um rastro atrás de nós que muitas das vezes só são revividos pelas lembranças. E essas sim, são as provas que tudo que vivenciamos foi real. E por mais que gostaríamos de vivê-las de novo, não podemos. Um instante não se repete, por mais que você o procure.

O único problema dessas lembranças é a marca que deixa em cada um de nós. Das alegrias, sentimos saudade seguida por melancolia, pois sabemos que aquele momento só vive na memória e nada mais. Ele não volta. Das tristezas, nos sentimos mais tristes ainda. Essa é a pior. É uma dor que não acaba, pois sempre que nos vem a cabeça a tristeza, as lágrimas e as mágoas, nos machucam mais e sempre. Por mais que você queira e tente esquecer, a mente não obedece e a dor permanece.

É impossível viver sem mágoas, uma vez que nada que fizemos é 100% seguro. Nos arriscamos e com razão. O que é da vida sem uma aventura? Sem emoção de saber o que vai acontecer? Uma monotonia. Só que às vezes nos deixamos levar por essas aventuras e emoções desconhecidas e nos perdemos no caminho. Nos entregamos a vida sem pensar e em algum momento, encaramos as conseqüências. Pensamos de novo, reencontramos nosso rumo e tentamos ser felizes novamente. Só que, as lembranças do que aconteceu estão lá. Guardadas e esperando por um momento de fraqueza do nosso subconsciente para ressurgirem e trazerem à tona a mágoa, a dor e a tristeza novamente.

A vida é feita de escolhas. Boas ou ruins, falsas ou verdadeiras, tanto faz. Temos que decidir sobre nosso futuro. O destino quem faz somos nós. Escrevemos nossa própria história. Nós que escolhemos se vamos chorar ou sorrir através de nossos julgamentos.

As escolhas certas dessa trajetória são aquelas em que nos sentimos bem depois. Caso contrário, algo incomoda, te faz pensar e te faz sofrer. Isso não é certo. Isso não é felicidade. Não é a escolha certa. Só que por vaidade, orgulho ou até mesmo tristeza, mentimos para nós mesmos. Mentimos para nos confortar e até nos iludir que estamos certos e tomamos a decisão apropriada. Mas se fazem mal, por que escolhemos continuar atrelados a essas decisões? Porque muitas vezes, não depende só de nós. A cada tropeço, ou queda no caminho, nos levantamos mais frios e céticos. E mais uma vez, dificultamos a nossa vivência.

Mas o ser humano é assim, todo errado. Estamos à mercê dos erros e das dificuldades. Cabe a nós escolher o que julgamos ser o caminho certo. Viver é difícil, gostar dói e amar deve ser uma tragédia. Mas não desistimos. Tentamos até o final encontrar a plenitude de nossos desejos. Talvez encontremos o caminho certo sem desviar de nossa rota, mas provavelmente, talvez não.

Mas assim a gente continua... nos entregando.

sábado, 8 de agosto de 2009

meu pai, meu melhor amigo.

"No dia do papai, eu vou cantar uma canção
alegre e sorridente pro papai do coração
Papai bonito to-to, papai bonito to-to."

Essa já foi a declaração mais tosca que já me fizeram fazer para meu pai. Rsrsrs. Eu tinha 6 anos e meu pai ainda tinha cabelo preto.
Mas até hoje, a cada oportunidade que ele tem, ele relembra essa música. E canta junto comigo. Não importa que eu diga as mais lindas palavras de amor, faça festas, letreiros ou dê presentes. É dessa bendita música que ele lembra.



Meu velho tem 60 anos já. O nome dele é Ricardo. É impaciente e sacana. Me passou o gênio forte. Na verdade, sou meu pai cuspida. Do fio de cabelo ao dedão do pé. Como dizem, sou 'uma Ricardinha de saia'.

Ele, para mim, é mais que pai. Pude perceber ao longo dos anos, que ele é meu melhor amigo. Ele me surpreende sempre com seus conselhos e conversas sinceras e diretas. Já chorei muito ao seu ombro, pelas mais diferentes razões. Seja porque eu briguei com minha mãe, meu irmão me bateu ou outro motivo qualquer. Mas o que importa é que ele sempre está aonde eu preciso que ele esteja. Me ajudando, me consertando, me amando.

E eu o amo também. Muuuuuuuuuuuuuuuuuuito. Não demonstro tanto quanto devesse. Mas ele sabe e isso que importa. Já errei muito com ele também. Disse coisas imperdoáveis e ouvi muita besteira. Algumas me marcaram feio, mas nada que abale minha confiança e meu amor. Eu perdoei e fui perdoada.

Ele é machista. Vai me ver sempre como a menininha dele e isso me irrita. Me irrita porque essa sua visão gera choques frequentes entre nós. Mas sei que isso não vai mudar, o que tenho a fazer é me adaptar ao seu jeito. Eu? Uma criançona mudar um coroa de décadas? Jamais. E nem pretendo também. Ele me ama como sou, por que deveria tentar mudá-lo?

Ele é meu pai. Meu melhor amigo. Meu maior exemplo de conquistas e vitórias na vida. E mais do que nunca eu preciso dele. Preciso de seus conselhos e palavras. Ele é meu herói. Meu espelho, minha vida.

Ele é só isso: o homem mais importante da minha vida.

Te amo.

domingo, 12 de julho de 2009

uma vontade que deu, passou e não voltou.

Ando sentindo falta das palavras, de ler coisas bonitas, de sonhar.
É chato quando você se acostuma, mas pior ainda quando aquilo te cansa. Existe aquele momento em que eu me pergunto "Por que estou lendo isso?" e nada mais faz sentido. Palavras bonitas não me atraem mais.

Eu não sinto mais aquela vontade de parar, ler, pensar, imaginar e viajar nelas. A urgência passou. Se não ler, não tem problema. Se ler, não escuto nem presto atenção.
Gostaria que minha vontade voltasse. Pelo menos, nos textos, eu poderia esquecer de tudo e de todos. Ficar comigo, me imaginar, me conhecer.

Lembro me que ficava horas a fio lendo todos esses autores românticos que de tudo sabiam, de que tudo explicavam, que de tudo vivenciaram. E eu me deixava levar. E até cheguei a escrever um post sobre isso. Hoje? Parece que aquela não era eu. Me levar nas palavras bonitas? Não mais. Simplesmente não tem mais um porquê acreditar. Aquilo nunca foi, não é e nunca será eu. São apenas palavras. Eu leio, acho bonito mas não me identifico mais.

Talvez seja pelo momento que estou na minha vida. Dividida. Como num poema barroco, cada pensamento me leva para um lado totalmente oposto um do outro. Talvez eu esteja só assustada ou talvez, mas muito talvez mesmo, eu tenha me entregado a esse cansaço que aparentemente veio para ficar.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

presságios de um futuro bom...

Hoje aconteceu algo curioso comigo.

Sabe, eu não tenho grandes planos para o futuro. Eu sei o que eu não quero: casar nem ter filhos. Se tudo der certo de acordo com minhas vontades, eu nem teria tempo, nem atenção nem paciência para dividir com outros. Casar talvez com meus 50 anos. Filhos? Sempre tem a opção de adoção. Essa sempre foi minha mentalidade, compartilhada em parte pelo meu irmão. Em outras palavras, nossa mãe está chateada. rsrsrs

Mas hoje estava eu em uma cabide experimentando roupas, quando experimentei um modelito totalmente diferente das roupas que eu uso. Uma roupa de mulher. Gostei, é claro. Me deu um ar sério, de responsável... de adulta. Mas depois que me olhei, fiquei parada, estática com mil pensamentos voando rapidamente em minha cabeça. Com aquela roupa, eu imaginei um futuro. A cena veio pronta e até me assustou, mas foi clara. Como se eu realmente estivesse lá.
Imaginei um marido me buscando no trabalho, imaginei uma casa, imaginei um grande quarto igualzinho a esses de filmes americanos. Pude ver claramente uma casa linda, silenciosa e iluminada. Me imaginei chegando ao enorme closet com mil roupas, sapatos e jóias. Imaginei toda a rotina onde o final era deitada ao lado do meu marido depois de um longo dia de trabalho.

Ai minha mãe chegou. Eu troquei de roupa e aquela cena rapidamente foi embora da minha cabeça e voltei a mim mesma. Mas só por ela ter surgido foi importante. Senti algo que eu não penso em realizar. Entretanto, não deixo de perceber: com toda aquela cena, fiquei com vontade de realiza-la.

O que será que o futuro está reservando para mim? Digo, daqui a uns quinze anos, mais ou menos. Posso não saber o que eu quero, mas tenho certeza do que não quero. E isso é perder minhas esperanças nos meus sonhos e projetos.

terça-feira, 23 de junho de 2009

O começo de uma ilusão.

-"Eu estou apaixonado por você."
-"Está nada!"
-"Mas se eu estivesse?"
-"Mas voce não tá."


E assim começa a história dela. Depois eu conto para vocês como terminou.